Na última quarta-feira aconteceu aqui na Live University o nosso Fórum de RH 2018 com a participação de mais de 100 executivos de algumas das maiores empresas brasileiras. Se você ficou de fora, não deixe de saber o que foi discutido! Temas quentíssimos e estratégicos como o E-social, a reforma trabalhista e o desenvolvimento de lideranças dentro das empresas foram bastante debatidos durante todo o dia.
O evento começou com a palestra do nosso professor e diretor de conteúdo Alex Leite, que falou sobre os novos modelos de negócios que já estão em prática com a transformação digital. Ficou bastante claro que tecnologias como Blockchain, Internet das coisas e Inteligência Artificial não são mais assuntos do futuro!
Mas você pode estar se perguntando: E o RH nessa história? Parte da resposta está no People Analytics. Já ouviu falar? Essa é uma das ferramentas que vai mudar completamente a gestão de pessoas e o recrutamento dentro das empresas. O People Analytics usa inteligência artifical e big data para entender melhor o comportamento dos funcionários, o que nos permite fazer uma gestão estratégica mais eficiente e com conhecimento profundo das partes disfuncionais da empresa.
No processo de recrutamento, grandes companhias brasileiras já estão automatizando fases avançadas dos processos de seleção. E prepare-se, pois já temos até modelos de robôs entrevistadores. Já pensou poder entrevistar 10 pessoas ao mesmo tempo?
Essas foram algumas das principais reflexões da palestra de abertura. Após a discussão sobre a transformação digital, o evento seguiu com debates sobre vários outros assuntos de grande impacto na área de RH, como a reforma trabalhista e o e-social.
O E-social pode trancar sua folha de pagamento. É serio!
Você sabia que se não entregar os dados do e-social para o governo de forma impecável, o resultado pode ser o bloqueio da sua folha de pagamentos? E isso inclui a entrega de dados pelos seus terceirizados, que não dá para controlar 100%.
Para a surpresa do nosso palestrante Renato Chaves, diretor comercial da Thomson Reuters, tem muito CEO por aí que ainda não entendeu o perigo. Ele mostrou que, em junho, quem não estiver entregando corretamente vai dar de cara com um impacto na área fiscal que vai parar a empresa!
O e-social é hoje um mega desafio porque irá cruzar informações de áreas que quase não se falam: jurídico, fiscal, saúde, terceirizados etc. Se na sua empresa só o RH está olhando essa questão, abra o olho!
Um bom parâmetro para pensar se você está bem avançado é a pergunta feita pela Fabiana Dias, Head de Talento e Cultura do Gran Mercure. “O seu sistema que vai fazer a entrega ao governo consegue juntar informações de diferentes sistemas da sua empresa? Se a resposta for não, comece a se preocupar e procurar uma alternativa.”
Fica a dica!
Reforma trabalhista: As empresas vão ter coragem de aplicar?
Que a reforma trabalhista trouxe uma série de benefícios que podem ser aplicados pelo RH, todos nós sabemos. Horário de almoço reduzido, banco de horas anual, teletrabalho... Mas as empresas vão ter coragem de implementar? E a insegurança jurídica? Um ponto importantíssimo destacado pelo nosso palestrante Vicente Sevilha, presidente da Sevilha Contabilidade, é que ainda não há julgados sobre muitos dos novos pontos, logo não se sabe como será construída a jurisprudência!
“Há conflito entre reforma e do que poderá ou não ser tratado nos acordos. Há insegurança sobre isso, e a jurisprudência não se faz no papel frio, mas no mundo real. Temos que ver como as empresas vão colocar em prática. Se não colocarem, os tribunais não vão reconhecer e a lei ficará inútil. Até que ponto teremos, como empresa, a ousadia de implementar esse tipo de medida?”
Será que tem faltado coragem as empresas para enfrentar questões trabalhistas? O que você acha? Para o Sevilha, as empresas ainda não têm tido um papel ativo nas disputas trabalhistas. “Reclamação trabalhista não é sinônimo de problemas para uma empresa e não é demérito. Existe uma tendência de evitar reclamações, e quando elas ocorrem, de procurar o acordo. Com isso se institui no país uma condição que só forma jurisprudência a favor do trabalhador. As empresas deviam mudar de postura. Se eu não provocar os tribunais, vou viver nesse risco eternamente. A empresa precisa adotar a postura de quem é autor da jurisprudência!”
Start-ups x Empresas tradicionais
Um painel que também se destacou ontem foi o que discutiu a relação do mercado de recursos humanos e as inovações. Qual deve ser o comportamento do RH numa Start-up e numa empresa tradicional? Deve ser diferente? Quais perfis de funcionário se encaixam melhor em cada uma delas?
Essas e outras perguntas foram respondidas por um incrível time de executivos: Soraya Bahde, diretora de RH da Alelo; Andrea Destri, diretora de RH da Scania; Lelio Souza, CEO da Intelie; Renato Basso, Head of Talent Acquisition da Gympass e o Anderson Ocanha, diretor de RH da Wappa, tudo isso com a mediação da nossa querida professora da Live University e Human Resources Manager Sheyla Angelotti.
Para o Lelio, da Intelie, a grande diferença na contratação para start-ups é que o processo não gira em torno da busca por um perfil com uma boa experiência técnica numa determinada função.
“Numa empresa menor você está trazendo um autor, não tem aquele script de função pré- definido. Obviamente vai acontecer das pessoas errarem, mas esse erro produz aprendizado para o coletivo. Normalmente, quando se contrata por currículo, se demite por atitude,” diz.
Já para a Andrea Destri, diretora de RH da Scania, independente do tamanho da empresa, um dos grandes desafios do recrutamento de profissionais de RH é encontrar pessoas que não se prendem as ferramentas tradicionais de RH. “A gente precisa entender o contexto de cada organização, a sua cultura. Qual a mudança que a empresa precisa? De repente, pode ser não fazer avaliação nenhuma, o que pode chocar alguns de vocês. Mas podemos contribuir muito mais sendo soltos das ferramentas e usando a inteligência para adaptar e criar as soluções que a gente precisa.”
Esses foram alguns dos destaques do dia. O Fórum ainda abordou outros temas, como a dificuldade de atração da Geração Z, processos internos de formação de líderes e estudos de caso sobre cultura organizacional. Imperdível, não é? Não deixe de participar da próxima edição!