Quero voltar para o mercado! E agora? Saiba como o outplacement pode te ajudar
O desemprego no país foi de 12,4%, em média, no primeiro trimestre desse ano, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa 13,1 milhões de desempregados no Brasil que, de alguma forma, buscam recolocação no mercado de trabalho todos os dias.
Muitas empresas demitem seus funcionários para manterem-se de portas abertas. No entanto, ainda desejam que esses permaneçam ativos no mercado e oferecer um serviço de recolocação é uma ótima maneira de demonstrar empatia e, principalmente, compromisso com a carreira e futuro do ex-colaborador.
Normalmente contratado por pessoas jurídicas, o outplacement é responsável por ajudar e encontrar, sempre que possível, uma solução para talentos em momentos críticos – independente do cargo – para recolocação ou transição de carreira.
Conversamos com Caio Bittencourt, diretor de Outplacement no Grupo DNA e Danieli Wegermann, professora de Gestão Estratégica de Pessoas na Live University, que compartilharam dúvidas comuns acerca do tema e como escolher o programa de outplacement correto. Continue lendo e confira!
1 – Quais características o profissional de outplacement deve ter?
Caio Bittencourt (diretor de Outplacement no Grupo DNA) – Em primeiro lugar, sem dúvida, é a empatia. Cada profissional enfrenta este momento de transição profissional de uma maneira, dependendo da forma como foi demitido, da maturidade profissional, do setor em que atua, da pressão externa que recebe ou mesmo de sua própria auto pressão.
Depois, o profissional de OPM deve saber fazer perguntas e ser um bom ouvinte. Tem que entender as expectativas profissionais e ver se estão alinhadas, descobrir habilidades que possam servir para este momento, quais são os diferenciais pessoais e profissionais e entender sua história para ensinar a recontá-la em versão curta, afinal, uma entrevista de seleção tem tempo para começar e acabar.
Outros pontos importantes são conquistar a confiança, ter respeito, não julgar, estar atualizado em relação ao mundo do emprego e o que fazer para que aumente o nível de empregabilidade. Além disto, ter um bom networking também ajuda muito.
Danieli Wegermann (Professora de Gestão Estratégica de Pessoas na Live University) – A primeira característica que um profissional de outplacement deve ter é muita empatia para acolher o assessorado, quer seja em processos de pré-desligamento, logo após a sua rescisão, em momentos de buscar no mercado novas oportunidades ou em processos de transição de carreira. Resumidamente, todos os momentos críticos na carreira de qualquer profissional.
Além disso, ele deve ter uma ótima percepção do mercado de trabalho, uma ampla rede de contatos estratégicos, conhecimentos de como as novas tecnologias afetam os processos seletivos, ser capaz de criar estratégias de diferenciação para cada candidato, deve ter tranquilidade para dar feedbacks sobre a forma de se posicionar do candidato e experiência em RH ou como headhunter.
2 – Qual a diferença entre outplacement e coaching?
Caio Bittencourt – Um complementa o outro. O Coaching ajuda a identificar habilidades e comportamentos necessários para atingir uma meta estratégica. Por exemplo, ser diretor em três anos, ou ainda, ter um emprego em uma multinacional, etc. A partir daí, o coaching apoia no desenvolvimento daquela habilidade ou comportamento que mais vai impactar para alcançar esta meta.
Outplacement é um processo de apoio ao profissional em transição profissional ou de carreira. Ele ajuda o profissional a se autoconhecer para explorar diferenciais, planejar próximos passos e executar um plano de ação em busca de seu novo emprego. O coaching faz parte deste processo, principalmente na etapa de autoconhecimento.
Danieli Wegermann – O outplacement é uma consultoria para recolocação ou transição de carreira, que pode fornecer ferramentas, conhecimentos, acesso a uma rede de contatos estratégica e a vagas exclusivas, treinamentos, contato com vários outros executivos que também buscam recolocação e que podem se tornar parceiros em novos empreendimentos.
O coaching consiste numa metodologia específica que permite, por meio de conversas estruturadas, potencializar os resultados dos clientes. Quando aplicado à carreira é um processo que pode ajudar o coachee a clarificar a tomada de decisão, mapear perdas e ganhos, encontrar elementos internos para superar limitações ao se expor - seja falar sobre seus resultados no currículo e LinkedIn ou em entrevistas, pitch de apresentação pessoal ou dinâmicas - elevar a segurança pessoal, criar novas estratégias para buscar recolocação, descobrir repertório relevante sobre pontos fortes, de melhoria, aspirações e outros comumente utilizados em processos seletivos, superar períodos de estagnação e insatisfação profissional, traçar seus objetivos de carreira e criar estratégias para conquistá-los e, até mesmo, preparar-se para a aposentadoria.
São processos que podem acontecer simultaneamente, terem técnicas combinadas ou trabalhar de maneira completamente independente.
3 – Quais são os benefícios que o profissional recebe mesmo após o processo?
Caio Bittencourt – Nosso objetivo é que o profissional que assessoramos nunca mais precise passar por um processo de outplacement, porque vamos treiná-lo para fazer seu próprio processo no futuro, caso precise, evidentemente. Mas destacaria que ele aprendeu a se dar valor, manter sua autoestima elevada por meio de uma revisão da sua própria história, de como ele chegou até onde está, etc. Depois do processo, o assessorado será um profissional mais seguro, que arriscará mais e terá controle de sua carreira.
Danieli Wegermann – Após um processo de coaching de carreira o cliente percebe ganhos como o aumento do conhecimento de si mesmo, maior segurança pessoal para atingir metas profissionais, clareza de que é o responsável (e não o seu chefe ou empresa) por fazer o máximo para mudar as situações das quais se desagrada na carreira), senso de propósito, clareza dos sonhos e metas que tem para o futuro profissional.
4 – Qual é o processo mais importante de outplacement?
Caio Bittencourt – Em geral, um processo de outplacement trabalha com três etapas: autoconhecimento, planejamento, MKT pessoal e execução. É difícil apontar o mais importante já que são complementares, mas por experiência, destaco que nem sempre o profissional com melhor currículo é o selecionado, e sim aquele que consegue “vender” melhor seus diferenciais, alinhar seus valores com a cultura da empresa, e claro, demonstrar conhecimento técnico necessário para a vaga.
Danieli Wegermann – O mais importante é que o cliente consiga entender como o mercado o vê e como se mostrar mais atrativo no seu currículo, LinkedIn, entrevistas, networking e apresentações. Sem isto bem desenvolvido, ele corre o risco de desperdiçar importantes oportunidades!
É preciso se redescobrir - e até mesmo se “desintoxicar do crachá” - para resgatar o brilho nos olhos que fará com que alguém realmente queira contratá-lo!
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