Cachorro no escritório? Modelo Pet Friendly traz benefícios aos colaboradores
Saiba como implementar a prática na sua empresa e reduza o estresse dos colaboradores
Não é difícil perceber que a relação entre homens e animais de estimação mudou muito nos últimos anos. Se antes nossos avós criavam cachorros fora de casa e os alimentavam com restos de comida, hoje, os pets recebem até festa de aniversário com direito a bolo e docinhos personalizados. O mercado reflete essa mudança de comportamento: com faturamento previsto de 19,2 bilhões de reais em 2017 e expansão de quase 7% em relação ao ano passado, o setor pet resiste à crise com exemplo de resiliência.
Não é difícil imaginar o motivo: os brasileiros abrigam 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos de estimação, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016. Essa relação cada vez mais estreita entre homens e animais não gera apenas mudanças no mercado financeiro, mas também no ambiente corporativo. Uma preocupação bastante recorrente nos donos de cães e gatos é a de deixar o animal sozinho em casa durante a maior parte do dia, ou seja, quando estão trabalhando. Eis que surge uma opção: e se o seu melhor amigo pudesse ir trabalhar com você?
Essa prática já existe, é o chamado modelo Pet Friendly. A estratégia foi pensada pelos nossos amigos lá de cima (poderiam ser os anjos, mas são apenas os americanos). Os Estados Unidos foram o país pioneiro em permitir que os colaboradores levassem seus animais de estimação para dentro da empresa. Até em estádios de beisebol eles estão permitindo que se leve os peludos. Aqui no Brasil, o método está sendo aderido aos poucos, mas algumas empresas já o aplicam, como é o caso do Google e a Dog Hero.
Quem está no mercado de trabalho já percebeu que os tradicionais benefícios oferecidos pelas empresas, como planos de saúde e odontológico, seguro de vida e auxílio-educação, por exemplo, já não bastam para atrair e reter talentos. Um dos pontos mais buscados pelos colaboradores é a qualidade no ambiente de trabalho, o que implica em redução de estresse.
Benefícios
Nesse quesito de redução de estresse, nossos amiguinhos peludos são experts. É o que revela o estudo conduzido pelo Banfield Pet Hospital e divulgado pela Forbes ano passado, intitulado Pet-Friendly Workplace PAWrometer. A pesquisa mostrou que sete em cada dez colaboradores concordam que a presença de animais de estimação traz impacto positivo na produtividade. Entre os benefícios abordados, estão:
- Redução de estresse;
- Melhora da moral dos funcionários;
- Aumento da lealdade do funcionário pela empresa;
- Aumento de produtividade;
- Melhora nos relacionamentos com colegas trabalho.
Você pode conferir as demais vantagens estudadas aqui:
Na prática
Uma das empresas pioneiras no Brasil a praticar o modelo é a Dog Hero, que tem em sua essência (além dos serviços) ser uma empresa canina. Fernando Gadotti, cofundador, identificou os benefícios em seus funcionários desde o início, em 2015, quando se instalaram na Vila Mariana já com a ideologia pet friendly.
“Cachorros” são um tema super comum, se você está no parque passeando com o seu cachorro e encontra outra pessoa fazendo o mesmo, vocês conversam, isso já cria uma empatia entre vocês. Da mesma forma, os animais de estimação dentro do escritório acabam unindo a equipe. Também gera um ambiente mais colaborativo, as pessoas ajudam a cuidar do cachorro umas das outras” – comenta Fernando.
Uma preocupação constante entre aqueles que pensam em permitir animais de estimação no escritório é se o pet demandaria demasiados tempo e cuidado do dono, que poderia não ser capaz de cumprir suas atividades no fim do dia. Ao que descreve Fernando, na prática, não é bem assim que funciona:
“O tempo que o funcionário gasta cuidando do cachorro não impacta na produtividade dele, pois os animais geram um ambiente sem estresse. Ninguém consegue ficar focado e concentrado oito horas direto, aqui na Dog Hero você pode brincar com o cachorro do colega que está ali perto, dar risada, descontrair. Isso traz alegria e leveza para o lugar, o que aumenta a efetividade das tarefas no final das contas”.
Visita canina na DogHero – foto Lucas Biffi
Como fazê-lo
Ter animais e funcionários coexistindo em um ambiente corporativo pode parecer uma tarefa complicada, mas não precisa ser! Não há legislação específica para adoção do modelo Pet Friendly nos escritórios. A empresa também não necessita de uma estrutura especializada para receber os peludos, nem contratar funcionários específicos para cuidar dos pets. Apesar disso, alguns pontos são primordiais:
Segurança
Antes de mais nada, é preciso verificar se são permitidos animais no local da empresa. No caso de um prédio comercial, por exemplo, pode haver alguns problemas com permissão para cachorros e gatos andarem nos elevadores principais. No caso de escritórios situados em casas térreas, não há esse problema, entretanto é importante tomar medidas para os pets não fugirem. Instale telas nas janelas e portõeszinhos de separação em portas com acesso à rua, para evitar que os animais resolvam dar uma volta pela vizinhança e se percam.
Infraestrutura
Não é preciso grandes mudanças no ambiente convencional para receber animais de estimação. É interessante instalar, ao lado de cada posição de trabalho, ganchos para que os donos possam prender a guia dos cachorros caso achem necessário. Outro item importante são tapetes higiênicos, ou jornais, espalhados em locais específicos, para que os peludos possam fazer suas necessidades. Vale lembrar também que é importante fornecer água e comida em comedouros onde todos têm acesso.
Organização
Se houver 50 funcionários na empresa, e todos resolverem levar seus cachorros e gatos para o escritório, este se converterá em uma selva. Por esse motivo, é importante que seja acordado previamente o número de animais que o lugar comporta, e como esse rodízio será feito. Uma opção é escolher um dia da semana, ou do mês, em que se possa levar os peludos, o chamado Pet Day.
Outro ponto a se atentar sobre organização é a afinidade entre os animais. Vai muito do bom senso do dono de apenas levar seu pet para o trabalho se ele se dá bem com outros animais, não é hiperativo, e não morde.
Para evitar bagunça e mau cheiro, é fundamental implantar a cultura de cada dono ficar sempre atento ao seu animal para limpar as necessidades dele. Bem como um senso de comunidade, de olhar também pelo animal de estimação do colega e avisá-lo sobre a sujeira.
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E aí, que tal considerar a adoção do modelo Pet Friendly na sua empresa? Como vimos, os benefícios valem a adaptação! J
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