Saiba como as HRTechs e o RH 4.0 estão revolucionando a relação entre empresa e funcionário
Atualmente, tecnologias como automação, digitalização e inteligência artificial, estão redefinindo os padrões existentes no mundo corporativo, reduzindo custos e tornando os processos organizacionais cada vez mais eficientes. Com isso, startups que oferecem soluções inovadoras e tecnológicas para segmentos específicos tornaram-se comuns no mercado de trabalho contemporâneo, como as Fintechs do setor financeiro e as Lawtechs para o meio jurídico, por exemplo.
Em função dessa nova realidade, não tardou para que a área de Recursos Humanos, que sempre seguiu regras rígidas e processos burocráticos, começasse a perceber que mudanças significativas precisavam ser feitas, a fim de conquistar a atenção dessa nova geração, cada dia mais exigente.
Assim, surgiram as HRTechs (human resources technology), startups que entenderam esse “gap” da área e começaram a proporcionar soluções e ferramentas que unem tecnologia com a interação entre empresas e contratados, com a promessa de identificar o perfil de candidatos que a empresa precisa e, ao mesmo tempo, o perfil de empresa que o candidato procura, unindo o útil ao agradável.
Nesse contexto, o termo RH 4.0 ganhou protagonismo, acompanhando essa revolução tecnológica e desenvolvendo a área de recursos humanos e gestão de pessoas com um setor estratégico e disruptivo, com foco no bem-estar dos colaboradores, sendo essencial para a tomada de decisão e crescimento de qualquer negócio nos dias de hoje.
Para compreender melhor o impacto das HRTechs junto ao RH 4.0 no âmbito dessa revolução, entrevistamos Márcio Cassin, especialista na área de Recursos Humanos e professor da Live University. Confira abaixo!
1 - Como a tecnologia está sendo usada no RH 4.0? Quais as vantagens em relação ao modelo tradicional?
Tecnologia é um meio para gerar conexões mais fortes em vários níveis da organização, sendo essencial para a área de Recursos Humanos. Acredito que as mudanças no mundo fazem com que a tecnologia se torne essencial em tarefas rotineiras, velocidade da informação e comunicação, viabilizando estratégias para melhor desempenho das pessoas e das empresas.
A principal vantagem tem a ver com atendimento de necessidades humanas como: expressão, participação e optimização de tempo!
2 - Você acredita que as HRTechs surgiram simplesmente em função do RH 4.0 ou foi consequência de um mal proveito da tecnologia pelas organizações e de uma necessidade de desburocratização dos recursos humanos?
As HRtechs surgem para atender necessidades pouco abordadas no setor, em função da burocracia excessiva, necessidade de controle e muitas vezes miopia em relação a estas demandas.
Na minha visão, o RH acabou sendo influenciado pela onda de digitalização e personalização da relação com o cliente (customer centricity), passando a ver o colaborador como alguém que busca uma boa experiência em todos os processos.
3 - Quais os principais benefícios que as HRTechs podem trazer para a qualidade de vida dos colaboradores?
Os melhores benefícios estão relacionados com tempo e autonomia, desburocratizando processos e colocando a tomada de decisões na mão do individuo. Ainda assim, há muito o que se caminhar em questões de People Analytics e processos decisórios mais complexos, pois ainda convivemos com modelos antigos em muitas organizações.
4 - Aproveitando essa linha de pensamento, quais os principais desafios para as HRTechs atualmente?
Acredito que seja quebrar crenças em todas as esferas, do próprio time de RH até gestores e colaboradores. Recentemente, conduzi um sprint para melhorarmos essa experiência do colaborador em nosso ambiente de trabalho, e uma das maiores barreiras teve a ver com a perda de controle e burocracia desnecessária, como na atualização de documentação, por exemplo.
5 - Com uso de inteligência artificial e machine learning, a tecnologia é capaz de compreender cada vez mais o padrão de contratação das empresas, aumentando assertividade e reduzindo o tempo de todos os processos. Até que ponto o fator humano será necessário na atração e gestão de talentos?
Acredito sim que o processo seletivo possa ser mais assertivo com uso de inteligência artificial e machine learning, mas dificilmente eliminará o fator humano na relação pessoal, principalmente na gestão de talentos.
Emoções, sentimentos, desafios e a forma de encarar e lidar com determinadas situações ainda fazem parte da natureza humana. Por isso, a empatia sempre será uma das competências sócio-emocionais mais valorizadas e exigidas neste setor.
6 - Com o desenvolvimento das HRTechs e do RH 4.0, quais as perspectivas para o setor no futuro?
Acredito que a evolução do setor com novas demandas e soluções tecnológicas é inevitável e já é uma realidade. O mercado irá selecionar as melhores soluções naturalmente, ganhando cada vez mais maturidade com o tempo.
Live University – RH
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